Gisele Santos
Sakura vivia como todo jovem rico… festas, garotos e compras. Tudo mudou no dia em que seus pais disseram que ela se casaria com Sasuke Uchiha, pois eles não a aguentavam mais. Ela não os ouvia, quase não os respeitava e sempre se metia em confusão.
Sua personalidade era forte, por mais que fosse jovem, não se deixava ser enganada pelos caras que se achavam mais espertos que ela.


Ela se tornou mais agressiva e impaciente ao saber que teria que se casar com alguém que ela achava um pé no saco.
Mas não era o que seus pais pensavam… eles até tinham pena do noivo da filha deles, sabia que ele sofreria na mão dela, que esse casamento não duraria muito tempo.

—Eu não vou me casar, pai!

—Você não tem escolha… se não se casar, se sustentará e sustentará o fim de sua faculdade sozinha, não conte mais comigo nem com sua mãe para isso!


—Isso não é justo…
—Não é justo que você continue vivendo nessa vida desregrada… até quando isso vai durar? Até sofrer um acidente por dirigir bêbada? Nem parece que cursa medicina e preza pela saúde!
—Medicina é minha paixão e sair pra beber é meu hobby, não se pode escolher entre eles!
—Cuidar de você é minha obrigação e impedir que acabe com sua vida é meu martírio… eu também não tenho escolha já que você não cuida de si mesma.
—Mas, pai…
—Chega! Já está decidido, você se casará, querendo ou não…
Sakura ficou sem falar com seu pai por um mês…

A garota não mudou depois que ficou sabendo que iria se casar, assim como não mudou mesmo depois de casada.
Seu marido Sasuke Uchiha tinha que aguentar traições e desaforos dela, nunca a tocou, nem mesmo depois de casados.


Sasuke nunca reclamou com ela por causa de suas saídas....

A paciência de Sasuke acabou quando ela descobriu que havia perdido um bebê do cara que ela namorava antes de se casar com ele.


Ele nunca discutiu com ela, e nunca discutiria, ele não se achava no direito de fazer isso, já que ela não teve escolha ao se casar com ele.


Agora, ele apenas a ignorava. Para ele era fácil, já para ela… não estava acostumada a ser ignorada.


Sakura fazia de tudo pra chamar a atenção de Sasuke e para que ele falasse algo com ela, não era fácil viver num apartamento enorme e não ter com quem conversar.


Ela passou a usar roupas mais curtas em casa e camisolas mais finas ao dormir, por mais que nunca tivessem feito algo, eles dormiam na mesma cama.

Sakura se surpreendeu enquanto caminhava pela casa em uma noite qualquer e passou em frente a um pequeno quarto que Sasuke fazia de escritório e o ouviu falar ao telefone com a mãe.


—Mamãe… eu não aguento mais! Ela não muda, eu sairei doente desse casamento idiota que vocês inventaram. Não, não me casarei com outra… Casamentos são para sempre, “até que a morte nos separe”, eu jurei. – e depois desligou o telefone.


Sakura não sabia o que pensar.


Tudo estourou em um dia em que ele não conseguiu fazer um relatório por causa das reclamações dela.


—Então vai, vai embora logo! – ela gritava.
–…
—Não é isso que você quer? Não é isso o que quer nesses dois anos que estamos casados?
—Eu não quereria isso se você fosse uma boa esposa.
—O que você queria? Que eu caísse de amores por alguém com quem fui obrigada a casar?
—Que, no mínimo, fosse fiel.
—Você tem sido fiel por acaso?
—Desde que descobri que estava noivo… Não posso mais continuar aqui…– ele saiu de seu escritório e subiu pro seu quarto. Juntou algumas roupas e desceu, entrou em seu carro e voltou pra casa de sua mãe.


Sakura estava deitada no sofá, olhando para o teto, pensando na vida, em tudo que tinha acontecido. Olhou para o lado e viu uma foto dela e Sasuke, tinha sido tirada pela mãe dele, assim como tantas outras, ela vivia reclamando por eles não tirarem fotos juntos.


Uma semana se passou e Sakura não teve notícias de Sasuke, assim como ele, ela não ligaria.


A saudade bateu quando ela entrou em casa um dia e sentiu o perfume dele no ar, sabia que ele tinha estado ali. Ela foi até seu escritório e viu que faltavam as pastas que ele sempre andava e o computador, sua mesa estava quase limpa.


Quando esteve no quarto, sentiu falta do relógio de pulso que ele sempre esquecia de colocar e acabava deixando na penteadeira dela. No guarda-roupa, sentiu falta das roupas preferidas dele e de algumas das suas se misturando as dele.


Ela então percebeu que tudo que se arruinava ao redor dela, ela e apenas ela, era a culpada de tudo que acontecia em sua vida.


Passou um mês sem que eles se falassem, ela não aguentou mais e o procurou. Foi até a empresa de sua família.


Assim que chegou lá, foi identificada e subiu para falar com ele.

Ao entrar na sala, uma funcionária da empresa falava com seu marido se jogando por cima da mesa para que ele pudesse ver seu decote. Era perceptível o quanto ele estava desconfortável e tentava afastá-la.


—Sasuke-kun? – ela o chamou, Sasuke se levantou num sobressalto e olhou um pouco assustado pra ela.
—Sakura! Precisa de algo? – a garota que estava antes ali tinha a cara emburrada por ser ignorada.
—Posso falar com você?
—Claro... nos dá licença?
—Já estou indo... - e a garota saiu da sala, irritada.
—E então?...Veio para conversarmos sobre o divórcio?
—Não! É que...
—Sim?


Sakura apenas andava de um lado pra outro de seu escritório.


—É que... estou disposta a tentar outra vez, me você me der essa chance, claro!
—Tentar o quê?
—Você sabe... Consertar nosso casamento, Sasuke.
— ...
—O que me diz?
—O que te fez mudar de ideia?
—Percebi que eu nunca tentei me dar bem com você, nunca tentei fazer com que esse casamento desse certo, apenas fiz de tudo para arruiná-lo... eu não me perdoaria se eu não tentasse...
—Só isso?
—Eu te magoei, Sasuke, você sempre foi bom, continuou comigo nesse casamento idiota e... – ela empacou.
—E?
—Eu quero que você seja feliz... eu gostaria de tentar te fazer feliz. Quero olhar pra trás um dia e ver que fiz algo certo em minha vida.

Sasuke olhou pela janela e deu um suspiro.


—Só temos que torcer pra que dessa vez dê certo.
—Eu só quero resgatar nossa felicidade...
—Teremos que ralar pra que isso dê certo.


Sakura sorriu e correu para abraçá-lo. Ela nunca tinha o abraçado por espontânea vontade, e então, percebeu como o abraço dele era bom.


—Tenho que ir trabalhar... – Sakura falou ao se separar dele.
—Tenha um bom dia de trabalho – ele já estava sentado em sua mesa.
—Bom dia pra você também – ela se inclinou sobre a mesa e puxou o rosto dele para lhe dar um beijo de verdade... os únicos que haviam trocado eram alguns selinhos na frente dos outros.
—Passo pra te buscar no hospital – ele falou quando ela se separou dele.
—Largo às seis.
—Eu sei – ele sorriu convencido.


Sakura era vice-diretora de um hospital na cidade onde eles viviam, no hospital de sua mentora, por mais que ela fosse uma estudante que vivia nas farras, se dedicava aos estudos, trabalhava das oito da manhã às seis da tarde.


Ao sair, encontrou Sasuke na recepção a esperando. Digamos que ele foi suficiente pra curar a doença de algumas garotas que ali estavam, não tiravam os olhos dele.


Ele sorriu de canto quando a viu e pode jurar que ouviu alguma das garotas cair desmaiada, ela se aproximou dele e lhe deu um selinho enquanto ele entrelaçava seus dedos com os dela.


—Você chama muita atenção, sabia?
—É sem querer. – e riram enquanto saíam do hospital.
Eles jantaram rapidamente em um restaurante próximo de seu apartamento e foram pra casa.


Em casa, eles trocaram de roupa e Sasuke foi resolver algumas coisas da empresa enquanto Sakura lia alguns artigos relacionados a medicina sentada na cadeira em frente a dele no escritório.


Sakura se cansou rápido de sua leitura e se concentrou em Sasuke. Ela já havia reparado o quanto ele era bonito e que poderia ter escolhido qualquer uma pra se casar com ele, seja lá quem fosse, cairia aos seus pés sem pensar.


Sasuke e ela estudaram na mesma faculdade, frequentavam as mesmas festas e viviam discutindo... esse foi um dos motivos pra ela não querer casar com ele.


O jeito que ele ficou depois do casamento a surpreendeu, jamais alguém diria que Sasuke já viveu de farras como todo estudante.


Ela sorriu e se levantou, andou calmamente dando a volta por trás da cadeira acolchoada de Sasuke e pôs as mãos nos ombros dele, fazendo uma leve massagem. Ela pode senti-lo relaxar sob suas mãos e soltar um suspiro deixando de lado os papéis que estava analisando.


—Assim eu não me concentro no trabalho, Sakura – ele falou antes de suspirar novamente.
—Concentre-se quando estiver na empresa, aqui só se concentre em mim... – ela sussurrou.
—Não é muito difícil...


Sakura parou a massagem e deslizou suas mãos pelo tronco de Sasuke, deixando seu rosto ao lado do dele.


—Que tal você deixar tudo isso aí e irmos namorar um pouco?
—Acho uma ótima ideia...


Sasuke a conduziu pra que ela se sentasse em seu colo e a puxou em um abraço. Sakura apenas confirmou que ele tinha o melhor abraço do mundo.


E pela primeira vez, eles se beijaram de verdade...


Quando acordou, Sakura percebeu o quão idiota tinha sido em não estar com Sasuke nesses dois anos de casamento.


Ela se sentiu mais culpada quando olhou para o lado e deu de cara com o olhar profundo de Sasuke pra ela enquanto mantinha suas mãos envolvendo o corpo dela firmemente.


Sasuke beijou sua testa e sussurrou um “bom dia” com a voz rouca, que a desmanchou na hora.


—Dormiu bem, Sasuke?
—Muito bem...


Sakura olhou para o relógio que tinha na cômoda e se levantou, Sasuke a olhou confuso, pois ainda era cedo.


—O que foi? - ele perguntou.
—Vou tomar banho, oras.
—Mas ainda é cedo, Sakura.
—Resolvi aproveitar mais o banho hoje... você não quer aproveitar o banho, Sasuke? - ela perguntou com um olhar que ele sabia o que significava.
—Não perderia esse banho por nada nesse mundo!

O casamento ia muito bem, até que um dia o telefone da casa deles tocou. Eles estavam deitados na cama depois de um satisfatório ato de amor e não queriam se levantar, então deixaram cair na caixa postal.

—Sakura, gostosa... - ficaram alertas – fiquei sabendo que você não está mais com o corno do seu marido, o que acha de relembrarmos os velhos tempos? Eu sei que você esteve grávida de mim, mas isso já passou... espero seu retorno.
—Sasori... - ela falou.


Quando olhou pra Sasuke, percebeu que ele tentava se controlar. Ela sabia o quanto os Uchihas eram ciumentos e possessivos, mas Sasuke nunca tinha sido assim com ela.
Ele se levantou sem olhar pra lugar específico e foi para o banheiro. Sakura pensou em acompanhá-lo, mas parou quando ouviu a porta do banheiro ser trancada.


“Deu merda”


Ela percebeu que ele demoraria, então se dirigiu para o outro banheiro.
Quando Sasuke desceu, Sakura já estava pronta pra sair.


—Sasuke, estou indo, não vou poder tomar café com você... não precisa ir me buscar – Sasuke já estava sentado pra tomar café – te vejo a noite – ela lhe deu um selinho e saiu apressada.


Aquilo bastou pra que Sasuke se irritasse.


“Ela está indo atrás de Sasori!”


O dia se passou e Sasuke e Sakura não se falaram. Sakura só chegou em casa meia hora depois que Sasuke, aquilo o irritou.


—Precisamos conversar... - ela chegou falando.
—Eu sei... - ele respondeu sem demonstrar interesse realmente.
—Sasori virá aqui... eu tentei falar com ele, mas ele não acreditou em mim e tentou fazer com que eu ficasse com ele novamente. Disse que só acreditaria quando ouvisse da sua boca tudo.
—Você foi atrás dele e não me falou nada?
—Você arrumaria uma briga, Sasuke...
—Não sou tão irresponsável quanto você!
—O quê?
—Isso o que ouviu... você engravidou dele, ele te deixou ao ficar sabendo. Você encheu a cara e caiu de todo jeito no meio da rua. Me ligaram pra ir te buscar, tive que ouvir do médico que minha mulher tinha perdido um filho do cara com quem ela vivia nas farras... e mesmo depois de tudo isso ele ainda pensava que teria algo com você... o que queria que eu dissesse?


Sakura se calou, suspirou e subiu para o quarto, sabia que ele estava certo.
Sasuke entrou no quarto e se deitou ao lado dela, não demorou muito pra que ele puxasse o corpo dela de encontro ao dele.


—Vamos resolver isso amanhã, nos encontraremos na hora do almoço.


Ela se surpreendeu.


—Ótimo... – se aconchegou mais a ele e se deixou dormir.


Na hora do almoço do dia seguinte, Sakura e Sasuke estavam sentados esperando Saori chegar. Quando ele chegou, foi diretamente dar um beijo em Sakura, que imediatamente o impediu.

— O que aconteceu, Sá?
— Aconteceu que eu não quero mais nada com você, simples.
— Não vai me dizer que está com esse idiota agora, vai?
— Não é óbvio?
— Quer dizer que você, Uchiha, que foi corno durante anos, acredita que ela agora mudou? Vocês me matam de rir – Sasori dá uma pequena risada por estar dentro de um restaurante.
— Sim, Sasori... mas eu te compreendo... Eu nunca esperaria que alguém como você fosse entender as mudanças que podem acontecer na vida das pessoas, já que sua vida sempre foi essa mesma merdinha que é agora... Mas só viemos aqui pra te dizer que estamos juntos, e espero que você fique longe de minha mulher. Você já deve saber a fama de ciumentos que os Uchiha tem, não é? - Sasuke se levantou junto com Sakura – É isso, seja feliz!

Quando saíram do restaurante, Sakura tinha um sorriso que rasgava de uma orelha a outra.

—Que sorriso é esse?
—Sorriso de quem acabou de ser chamada de “minha mulher” por você – ela o abraçou e começou a distribuir beijos pelo rosto dele.
—Sakura, estamos no meio da rua, menos certo?
—Certo – ela parou de beijá-lo e se pendurou em seu braço – é uma pena ter que ir trabalhar agora...
—Bem, eu poderia me dar o resto do dia de folga, mas você..
—E quem disse que eu não posso?


No mesmo instante, ela já estava com o celular na mão discando o número de Tsunade.


—Mestra, estou me dando folga... não vou dizer, estou me dando e pronto!... Certo, certo, estou indo transar com o meu marido! Entendeu agora? Ok, tchau!
—Ótimo, agora o mundo inteiro sabe o que estamos indo fazer!


Só agora Sakura percebeu que estava gritando no meio da rua e rapidamente ficou vermelha, não suportando a vergonha, correu pra dentro do carro.
Na mesma hora um cara na rua falou pra Sasuke: Vai logo cara, antes que ela desista e vá embora com o carro!


—Ela não vai desistir... - Sasuke falou com um sorriso de lado assim que abriu a porta do carro.
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