Gisele Santos
Posso dizer que fora as missões e batalhas normais, é comum apanhar, pois sempre há um ninja mais forte e que não conhecemos suas habilidades.


Então, se eu digo que apanhei, foi em um dia normal e por uma pessoa que eu não, nunca esperei apanhar.

E infelizmente, não posso dizer que foi só uma vez...


Após o fim da guerra, Naruto e eu tivemos nossos primeiros socorros com Sakura, assim que terminamos nossa luta, mas aquilo foi só pra estancar o sangue, nossa recuperação mesmo foi no hospital, passamos alguns dias lá.

Meu braço tinha acabado de cicatrizar. No tempo em que eu estive no hospital, pensei no que tinha acontecido em minha vida até o momento e percebi que eu precisava de um tempo pra botar tudo em ordem. Precisava ver o mundo como realmente era.


Antes de expor isso pros outros, resolvi falar sobre isso com Sakura, queria saber da opinião dela.



Foi o meu maior erro.



Ao dizer que passaria um tempo fora da vila novamente em uma forma de “redenção”, ela veio em minha direção de uma forma que eu não percebi as intenções dela.

Ela me deu um soco na cara que parecia ser bem pior do que todos que Naruto já levou.

Ao sentir a dor insuportável, percebi que não queria saber o que tinha quebrado. Eu não conseguia nem gritar de dor.


Ela pareceu perceber o que tinha feito e correu até meu rosto o colocando no lugar.


Eu acho que poderia ter me dado uma anestesia, estava doendo até pra botar tudo no lugar novamente.


Passei mais alguns dias no hospital novamente e ela pareceu aceitar a ideia.

Felizmente.



A segunda vez foi quando ela estava grávida de nosso primeiro filho, ainda não sabíamos que era uma menina, estava no primeiro mês de gravidez.

Como discípula de Tsunade, ela pegou uma das manias de sua mestra, que foi sempre beber.

E infelizmente, ela teve que mudar esse hábito ao engravidar.


Nós não tínhamos planejado nada.


E por causa disso, não estava em seus planos parar de beber, por mais que fosse por uma boa causa, nossa filha.

Ela meio que surtou por um tempo, até que parou.

Depois vieram crises de abstinência misturadas com seus hormônios da gravidez.


Posso dizer que eu chorei sangue, sem usar o Sharingan.


Ela era instável, sempre queria beber pra relaxar.


Tive que tirar tudo o que tinha de bebida alcoólica de minha casa, se ela tivesse uma recaída enquando eu estivesse fora, secaria todos os litros que visse em sua frente.

Tudo aconteceu em uma dia que explodiu uma briga entre nós dois. Estávamos felizes em saber que seríamos pais, mas não tínhamos nos preparado. Tudo que acontecia era novo pra nós.


Nos separamos umas três vezes antes dela fazer quatro meses de gravidez.


Era sempre a mesma coisa, reclamávamos um com o outro, ela voltava pra casa e dois dias depois eu ia buscá-la de volta.



Na terceira vez que eu fui buscá-la, ela não quis vir, disse que realmente não aguentava mais aquela situação.

Quando eu dei as costas pensando que tinha a perdido de vez, recebi um chute nas costas que me fez voar alguns metros.


Foi a segunda vez que eu apanhei, e foi da mesma pessoa.


“Como pode fazer isso? Eu vou ser a mãe de seu filho e você aceita de bom grado que eu suma da sua vida? Era isso mesmo que você iria fazer, Uchiha?”


Eu realmente não a entendia.


Nós tivemos de fazer um acordo pra conseguir viver em paz até que nos acostumássemos a viver com o outro. Cada um teria seu espaço, seu tempo sozinho quando quisesse.

Com o tempo, aprendemos a viver juntos, dividir alegrias e tristezas. Nunca nos casamos, o tempo que teríamos pra nos casar foi perdido entre nossas brigas durante sua gravidez. Achamos desnecessário nos casar depois que Sarada, nossa filha, nasceu.



Afinal, nós já éramos uma família de qualquer jeito.

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