Gisele Santos
Capítulo Único


Ela não estava aguentando mais tudo aquilo, depois da guerra ela não conseguiu tirar seus pais da vida que eles criaram, ela não tinha o direito.

Eles já estavam formando uma nova família, sua mãe estava grávida, parecia ser de uns seis meses. Ela não podia mexer com a vida deles daquele jeito novamente.

Sua vida não tinha mais sentido, não conseguia pensar em mais nada a não ser em como não deveria estar viva, que deveria ter morrido com os outros.

Ronald e Harry tinham ido em missão para caçar o resto dos comensais da morte que haviam fugido. Ela tinha ido procurar os pais, por isso não fora com eles, se arrependeu depois.

A dor de ter perdido pessoas tão queridas e da distância dos meninos fez com que ela perdesse as forças e a vontade de viver. Ainda com isso na cabeça, ela caminhou até seu quarto e pegou o veneno que ela mesma havia preparado naquela tarde, se deitou na cama e bebeu. Pensando em como gostaria de ver os olhos azuis e os cabelos vermelhos de Rony pela última vez, perdeu a consciência.

Ao acordar, ainda confusa, ela pode reparar que não estava em casa, ela tinha um fio enfiado num braço que estava ligado a bolsa de soro. Embora saber que estava frágil, ela percebeu que não estava em um hospital, mas em um quarto conhecido.

Ao ver Gina entrar no quarto, ela se envergonhou do que tinha feito. Gina tinha profundas ollheiras, que pelo jeito tinham sido sua culpa.

– Gin..

– Shiuu... – Gina sussurrou perto dela, com os olhos cheios de lágrimas – não se esforce, vou cuidar de você.

Gina tinha se tornado uma medibruxa rapidamente, as consequências da guerra a fizeram se esforçar ainda mais.

– Me desculpe... me desculpe – Hermione começou a chorar. – eu não aguento mais tudo isso, estou perdida!

– Não está... perdida estou eu, ter que cuidar da minha amiga que tentou se matar, eu não sei o que fazer, Mione...

– Gina...

– É hora de você descansar! – vou te dar uma poção pra dormir.

– Obrigada... por tudo – Hermione falou antes de fechar os olhos e cair num sono profundo.

Ao acordar, percebeu que estava amanhecendo, o colchão velho rangeu quando ela se mexeu, ela sentiu que algo se movimentava pelo quarto, ao se virar, viu que era Gina.

– Hora de se levantar! – ela falou sorrindo – venha, você tem que tomar café.

– Me ajuda? – perguntou a ela.

– Claro! – ela retirou seu soro e a ajudou a se levantar.

– Gina, posso tomar um banho?

– Sim, venha, eu te ajudo no banho.

Quando saíram do banheiro, perceberam que mais alguém estava no quarto, quando Gina viu quem era, decidiu sair logo, dizendo que era melhor que eles conversassem sozinhos.

Hermione ficou tensa e ao mesmo tempo feliz em vê-lo, mas ficou triste ao ver que seus olhos tinham alguns rastros de lágrimas.

– Ron...

– Mione... – ele falou meio seco, ela recuou um passo.

Eles se olharam por um tempo, não suportando mais a distância de três meses, ela cambaleou e se jogou nos braços dele. Rony a apertou com tanta força que ela pensou que ele fosse quebra-la, mas não ligou pra isso, sentiu tanta saudade que não ligaria de morrer nos braços dele.

– Eu senti tanto medo, Mione... não faça isso de novo, por favor, não sei o que faria sem você!

“Já tem sido ruim o suficiente ter que fingir que tudo vai ficar bem, mas eu não vi mudanças desde que Voldemort morreu, tudo está tão confuso e incerto...”

– Me desculpe – ela também chorava e estava tão exausta se se apoiava totalmente nele.

Rony se sentou e encostou as costas na parede enquanto a colocava sentada em seu colo.

– Me prometa – ele segurou seu rosto -, prometa que nunca mais vai tentar tirar a própria vida!

– Ron...

– Prometa, Mione! – ele a olhava sério.

– Eu não sei se posso... eu não estou bem, Ron!

– Então prometa que vai tentar melhorar, por mim!

Hermione olhou pra ele e imediatamente se lembrou do que tinha pensado ao tomar o veneno, ela queria vê-lo de novo, e ela o viu... esse era o sinal.

– Por você, Ron, eu até enfrentaria Voldemort novamente – e recebendo dele um sorriso sofrido, encerrou a distância entre eles e lhe beijou.

– Faria o mesmo por você, nunca mais vamos nos separar, ouviu? – ela assentiu – Amo você e não sei o que faria se você não estivesse mais aqui quando eu voltasse.

– Eu fiquei sem saber por você estar longe... também amo você!
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