Gisele Santos
Capítulo 3 - Tarde


No outro dia...


Sasuke estava na floricultura, sentado no balcão de atendimento, encontrou um livro debaixo dele e ficou lendo, era Alice no País das Maravilhas, já tinha lido algo sobre ele mas nunca tinha tido a oportunidade de ler um. Já estava ali a algum tempo, Ino e ele já tinham almoçado e ela foi tomar um banho, ele acabou ficando pra cuidar da loja durante esse período, não seria ruim já que os preços estavam todos nas peças.

Estava entretido no livro quando ouviu o sino da loja soar, tinha um cliente, mas estacou surpreso quando viu uma garota de cabelos rosados na entrada da loja, ela ia caminhando em sua direção quando ela levantou a cabeça e o viu, ela ficou um pouco surpresa também, mas logo depois sorriu serena pra ele, que retribuiu o sorriso um pouco envergonhado com a simpatia que ela emanava. Ele já estava se levantando para perguntar o que ela queria quando ela o interrompeu.

– Não se preocupe comigo, pode ficar aí sentadinho – ela puxou uma cadeira e sentou ao lado dele – como está sendo o trabalho?
– Melhor do que eu esperaria – ele sorriu – obrigado, sei que estou aqui por que você pediu
– Você está aqui porque você passou confiança para Inoichi, ele tem que ter certeza se as pessoas são tão boas quanto ele
– Mas acho que ele não teria ido falar comigo se você não fosse até ele e falasse
– É, poderia ser... onde está Ino? Aquela porquinha já tá te dando mais trabalho do que você deve fazer não é?
– Ela disse que precisava tomar um banho, só isso, aliás, quase não se faz nada aqui, as pessoas pegam o que querem, as vezes dou uma opinião e depois é só pegar o dinheiro e guardar.
– Sei bem como é, acho que é por isso que Ino ainda está aqui, ela consegue um bom dinheiro para se organizar.
– Mas me disseram que não é ela quem cuida das contas da loja – ele falou meio confuso
– E não é mesmo, sou eu, ela vive reclamando das coisas que corto da loja, mas logo depois me agradece por não deixa-la gastar tudo, a porquinha é louca – eles dois riram com o comentário
– Estão falando de mim? – Ino entra na loja
– O que você acha?
– Que você testuda, deveria cuidar das contas da loja e deixar minha vida em paz – ela tinha um sorriso irônico
– E eu acho bom porquinha, eu deixo sua vida em paz e a floricultura vai pro buraco, ninguém faz serviço de contabilidade que eu faço tão barato quanto eu cobro pra vocês
– Affz, fazer o que não é, tem amigo safado quem pode querida Sakura-chan – Sakura revirou os olhos
– Enfim, como é o seu nome mesmo? – ela se virou pra Sasuke
– Sasuke...
– Só Sasuke? Sem sobrenome?
– Bem, nem sei se esse é meu nome de verdade, eu só sei que ele era o único nome que me vinha na cabeça quando eu pensava em dizer pra alguém.
– Entendo Sasuke-kun – ela lhe deu um olhar compreensivo, e diferente de Ino, ele não achou estranho quando ela acrescentou o sufixo em seu nome
– Hum... Sasuke-kun hein, já tá com toda essa intimidade com ele testuda-chan? E você Sasuke, não vai ter um apelido carinhoso pra testuda? – o olhar de Ino era de pura diversão ao ver o constrangimento dos dois
– Acho que você já fez esse trabalho por mim Ino, “testuda” já é carinhoso o suficiente – Ino gargalhou com isso, enquanto Sakura fez bico – Sem bicos Test... Sakura! Você sabe que foi brincadeira
– Espero mesmo – ela cruzou os braços e virou a cara
Nessa hora o sino da loja tocou novamente e por ela entra um garoto branco, sério e com um corte baixo de cabelo.
– Sai-kun, chegou cedo hoje – Ino o cumprimentou
– É, ontem nem pra casa eu consegui vir, oi Saky
– Oi Sai – Sakura se levantou e foi abraça-lo. Sasuke nessa hora sentiu algo quebrar dentro de si, virou um pouco o rosto para não ver caso eles se beijassem. Voltou a olhar normalmente assim que ouviu Sakura se sentar novamente na cadeira ao seu lado.
– Bem Sai, este é Sasuke, foi ele quem o papai chamou para me ajudar
– Olá, Sasuke, é bom saber que minha irmã tem ajuda agora – falou apertando sua mão calmamente – eu sou Sai
– É bom conhece-lo também...
– Sai, aqui estão as contas dessa semana, tanto dos seus quadros quanto da loja, revisei três vezes, acho que já está tudo certo
– Obrigado Saky

E depois de pegar os papéis Sai se despediu deles e foi descansar.

– Vai passar o resto da tarde aqui Sakura?
– Pretendo, tenho que estudar e você sabe que lá em casa não me deixam quieta um segundo
– Sei, seus irmãos são virados...

E assim Ino foi buscar uma cadeira e uma mesa de plástico pequena pra colocar na loja, já que Sasuke já havia limpado tudo na hora do almoço. Ino ficou no balcão e Sasuke e Sakura ficaram na mesa, ele ficou intrigado quando ela retirou a calculadora científica da bolsa e colocou umas coisas esquisitas.

– O que é isso?
– É uma calculadora científica, é a primeira vez que vê uma?
– É sim, nem sabia que existia isso, pra que tanta coisa? Se o que nós usamos de verdade são só as operações primárias... não é?
– Por uma parte você está certo, mas certos cálculos precisam de usar funções como logaritmo, fatorial e nós não podemos perder tempo fazendo a mão, basta dar alguns cliques que o resultado vai sair do mesmo jeito que o convencional, veja... – ela mexeu em alguns números e viram o resultado obtido - agora veja só o tempo que eu levaria ara fazê-lo usando apenas as operações primárias – ela pegou seu lápis e resolveu em seu caderno – viu? O resultado é o mesmo e eu levei uns cinco minutos para fazer a conta, que com a calculadora eu levei por volta de um
– É... mais eu ainda não vejo como se usa isso na vida real, na vida fora da escola
– Na verdade, nem eu vi – os dois riram nessa hora – mais ela torna minha vida mais prática com certeza... Você não tem vontade de estudar? Parece que você gosta tanto de ler – ela observou
– Vontade eu tenho muita mas... eu não tenho documentos e nem sei se ainda sou menor de idade
– Mas a idade não é problema, veja só, eu tenho 17 anos e estou na faculdade, então creio que não seja problema você ter 17 também e conseguir alguém que te adote pra te dar um sobrenome
– Ninguém quer me adotar Sakura, olhe o meu tamanho, não conhecem o meu passado, não vão se responsabilizar por alguém como eu
– Bem, talvez tenha alguém que se responsabilize por você... mas não vamos falar disso agora porque eu ainda tenho prova amanhã

E ali passaram o resto da tarde e a noite, naquela noite eles não levariam sopa, eles revezavam com outras famílias pra levá-la. Sakura só foi embora quando já estava tarde, quando seu pai foi busca-la, já dentro do carro ela conversou com seu pai.

– Tem lugar pra morar mais alguém lá em casa?
– Não tem Sah, sei que querem ajudar o garoto, mas você sabe que lá em casa já é apertado por causa dos gêmeos
– Sei sim, Inoichi já falou com o senhor não foi?
– Falou sim, mas eu mandei ele falar com Jiraya, o velho vai saber o que fazer
– Espero que o velho pervertido o ajude
– Você sabe que ele vai ajudar, ele ajudou a mim, a Inoichi, Naruto e vai continuar ajudando sempre que puder
– Sei, ele parece ser tão inteligente mas não pode estudar porque não tem documentos, acho que se ele encontrasse alguém que lhe desse seu sobrenome pra ele bastaria – ela suspirou cansada
– Quer ir até lá agora?
– Lá onde?
– Na casa do velho pervertido, como você mesma fala – ela sorriu junto com ele e bateu palmas pulando no banco
– Vamos siiim, quanto mais rápido resolvermos isso melhor

E assim ele guiou o carro a caminho da mansão onde Jiraya morava, em meia hora chegou lá e passou direto pelo portão sem ser anunciado, já era conhecido ali e, com certeza ele já tinha visto pelas câmeras de segurança.

Deixaram o carro na garagem e foram em direção a porta da frente. Assim que entraram na sala deram de cara com um homem de cabelos brancos jogado no sofá com uma garrafa de saquê na mão, Jiraya e uma loira peituda ao seu lado com uma garrafa de saquê também, sua mulher Tsunade.

– YOOOO MEUS LINDOOOOS – gritou Jiraya correndo em direção a eles e os abraçando – O QUE OS TRAZ AQUI???
– Cala a boca idiota! – falou Tsunade tentando aparentar estar sã
– OOOO MEU AMOOOR, EU TE AMO TANTOOO – falou ele agora abraçando Tsunade
– QUE BARULHEIRA É ESSA AQUI??? – Gritou um garoto loiro que tinha cara de sono
– NARUTO, FILHO EU TAMBÉM TE AMOOO – gritou Jiraya novamente indo em direção as escadas
– Eu não sou seu filho seu velho tarado – falou ele sufocado pelo abraço – me soltaaaa!
– SOLTA ELE! – gritou Sakura se jogando nas costas de Jiraya tapando seus olhos e lhe mordendo
– AAAAAAA SAI DAQUI CANIBAL!
– ENTÃO FIQUE QUIETO SEU VELHO TARADO!
– Tudo bem – do nada o efeito do álcool passou e todos os olharam com cara de tédio. Era sempre assim, ele surtava enquanto bebia e depois de pouco tempo sem beber logo o efeito do álcool passava - o que os trouxe até aqui nessas horas da noite?



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